quinta-feira, 26 de maio de 2011

Livros pra inguinorantes

por Carlos Eduardo Novaes




Confeço qui to morrendo de enveja da fessora Heloisa Ramos que escrevinhou um livro cheio de erros de Português e vendeu 485 mil ezemplares para o Minestério da Educassão. Eu dou um duro danado para não tropesssar na Gramática e nunca tive nenhum dos meus 42 livros comprados pelo Pograma Naçional do Livro Didáctico. Vai ver que é por isso: escrevo para quem sabe Portugues!

A fessora se ex-plica dizendo que previlegiou a linguagem horal sobre a escrevida. Só qui no meu modexto entender a linguajem horal é para sair pela boca e não para ser botada no papel. A palavra impreça deve obedecer o que manda a Gramática. Ou então a nossa língua vai virar um vale-tudo sem normas nem regras e agente nem precisamos ir a escola para aprender Português.

A fessora dice também que escreveu desse jeito para subestituir a nossão de “certo e errado” pela de “adequado e inadequado”. Vai ver que quis livrar a cara do Lula que agora vive dando palestas e fala muita coisa inadequada. Só que a Gramatica eziste para encinar agente como falar e escrever corretamente no idioma portugues. A Gramática é uma espéce de Constituissão do edioma pátrio e para ela não existe essa coisa de adequado e inadequado. Ou você segue direitinho a Constituição ou você está fora da lei - como se diz? - magna.

Diante do pobrema um acessor do Minestério declarou que “o ministro Fernando Adade não faz análise dos livros didáticos”. E quem pediu a ele pra fazer? Ele é um homem muito ocupado, mas deve ter alguém que fassa por ele e esse alguém com certesa só conhece a linguajem horal. O asceçor afirmou ainda que o Minestério não é dono da Verdade e o ministro seria um tirano se disseçe o que está certo e o que está errado. Que arjumento absurdo! Ele não tem que dizer nada. Tem é que ficar caladinho por causa que quem dis o que está certo é a Gramática. Até segunda ordem a Gramática é que é a dona da verdade e o Minestério que é da Educassão deve ser o primeiro a respeitar.

Fonte: Jornal do Brasil

terça-feira, 10 de maio de 2011

Crianças já ficam de fora dos planos de 14% das mulheres



Cada vez mais mulheres decidem não ter filhos. E não há Dia das Mães nem pressão familiar que as façam mudar de ideia.

Nos últimos 50 anos, a média de filhos por mulher no Brasil caiu de 6,1 para 1,9. Muitas só diminuíram o número de herdeiros, mas uma grande parte decidiu voluntariamente ficar para tia.

Segundo o demógrafo José Eustáquio Alves, pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, sempre houve uma porcentagem de mulheres sem filhos.

Eram as chamadas solteironas ou aquelas que tinham problemas para engravidar, em torno de 10% da população. "Hoje, estima-se que 14% não são mães."

Esse crescimento aconteceu na última década, motivado por razões que vão muito além da popularização da pílula anticoncepcional.

As antropólogas Paula Pinto e Silva e Maíra Bühler, da consultoria Pletora, pesquisaram esses motivos entre 120 mulheres de 25 a 35 anos.

De acordo com elas, a maternidade deixou de ser vista como uma obrigação. Passou a ser uma escolha.

"Tinha-se a ideia de que ser mãe era uma função biológica, um dever. Isso não deixava outra opção. Agora, as mulheres sabem que podem ter outros papeis sociais."

Elas querem estudar, trabalhar, viajar, casar, ser tia ou madrasta. E muitas pensam que um filho pode atrapalhar os planos.

A ilustradora Ila Roberta de Oliveira, 29, nunca quis engravidar, muito menos agora que está juntando dinheiro para comprar um apartamento. "Uma criança atrapalharia a minha rotina."

Ila está casada há dois anos e, apesar de ainda ser jovem, não acha que vai mudar de ideia.

"As pessoas sempre perguntam: quando vem o bebê? Ninguém quer saber como vai a carreira", conta, sem assustar-se com a pressão.

"Gosto de crianças, mas, com o mundo do jeito que está, é difícil pensar nisso. Acho que fiquei tão responsável que não quero ser mãe."

OU ISSO OU AQUILO

O desafio de conciliar uma carreira de sucesso com a maternidade não atrai mais as mulheres, diz Paula Silva.

Filhas da geração de mães multitarefas, jovens de 25 a 35 anos não querem ser heroínas. "Elas reconhecem que não precisam ser boas em tudo, então preferem optar."

Para a psicóloga Ida Kublikowski, professora da PUC-SP, existe uma cobrança cada vez maior pela mãe e profissional perfeitas.

"Houve uma idealização da maternidade. É assustadora a quantidade de exames e de cuidados que cercam a gravidez."

As exigências profissionais também aumentaram. "Muitas pessoas não conseguem lidar com as duas coisas e, quando lidam, acabam priorizando alguma delas."

A socióloga Eliane Gonçalves, professora da Universidade Federal de Goiás, pesquisou mulheres sem filhos em seu doutorado. Segundo ela, a situação ainda está mal resolvida ""e vai ficar assim por um bom tempo.

"Mulheres que não têm filhos ainda são tachadas de egoístas e infantis, mas quem decide ficar em casa também é mal vista. Uma coisa é certa: a maioria das mulheres não quer parar de trabalhar, não quer perder a liberdade."
tempo, tempo, tempo

Ter ou não ter filhos pode ser uma escolha. Mas não é uma decisão simples.

A publicitária Lúcia Leão, 40, não pensa em engravidar, mas não tem muita certeza disso. "Não estou convicta. A vida me levou a isso. Deixei o tempo passar e agora não cabe uma criança em casa."

Para a psicanalista Luci Helena Baraldo Mansur, autora do livro "Sem Filhos: A Mulher Singular no Plural" (Casa do Psicólogo, 167 págs., R$ 30), a não maternidade requer muita reflexão.

"Mesmo quando é bem fundamentada, pode gerar frustações no futuro."

A terapeuta familiar Flávia Stockler ressalta que a decisão tem prós e contras.

"A mulher perde a experiência única de ser mãe, mas pode exercer esse papel com sobrinhos, primos e até animais de estimação."

Fonte: Folha Online